Cooperadores Microrregionais
O Fortalecimento do Sistema Hierárquico: Controle e Supressão Espiritual
Outro movimento estratégico e profundamente problemático realizado por Dong Yu Lan e seus cooperadores nesse mesmo período foi o reforço sistemático e a solidificação da hierarquia institucional. Através da concessão de títulos de "Cooperador Microrregional" e "Cooperador Regional de Dong Yu Lan" a presbíteros de cidades estratégicas, consolidou-se uma rede de controle e supervisão piramidal sobre grupos de 5 a 8 cidades em todas as regiões da obra.
A nomeação de líderes por autoridade superior resultou na anulação da autonomia das igrejas, na imposição de diretivas humanas, na pressão sobre presbíteros e na erosão da comunhão. O foco tornou-se a obediência à hierarquia e aos projetos do “ministério central”.
Um exemplo particularmente representativo do fortalecimento desse modelo de centralização e controle imposto pelo ministério de Dong Yu Lan foi o que ocorreu em uma igreja local no interior de Minas Gerais. Ali, um presbítero experiente e respeitado começou a demonstrar reservas quanto a certas falas, práticas e diretrizes do ministério de Dong Yu Lan. Seu discernimento e preocupação foram vistos como ameaça. Quando os cooperadores microrregionais foram instituídos e passaram a exercer supervisão direta sobre pequenas regiões, dois deles — oriundos de uma cidade vizinha e recém-nomeados — foram enviados com a missão de confrontar e destituir esse presbítero. Sob ordens diretas do governo ministerial e com aval do cooperador regional, não apenas o removeram de sua função, mas o isolaram da comunhão da igreja local, transferindo a liderança para irmãos mais jovens, ainda inexperientes, mas plenamente alinhados e subservientes ao ministério central de Dong Yu Lan.
Esse caso ilustra como, naquele período, o zelo pela unidade institucional e pela submissão ao ― governo espiritual suplantou os princípios da comunhão, cuidado mútuo e discernimento local, evidenciando o quão profundamente a lógica da hierarquia e do autoritarismo já havia se infiltrado na prática das igrejas.
A nomeação de cooperadores microrregionais para controle e destituição de presbíteros viola os princípios neotestamentários, instaurando um modelo romano.
O ensinamento do ministério neotestamentário enfatiza que a autoridade espiritual não se baseia em posição, mas na vida divina e na comunhão do Corpo. A institucionalização desfigura o caráter orgânico da obra. O ministério de Dong Yu Lan, ao depender de sistemas administrativos e centralização, gerou profundos questionamentos sobre a natureza espiritual de sua obra.
Segundo o ministério do Novo Testamento:
- A autoridade que não é baseada na cruz e na obediência a Deus é carnal. Toda autoridade espiritual deve ser uma autoridade crucificada. Quando a cruz não opera em alguém, sua autoridade será apenas humana e carnal. Quando cooperadores são instituídos como uma rede de comando, sem a realidade da cruz, eles operam como administradores de um sistema, não como irmãos servos.
- A imposição de autoridade centralizada sobre as igrejas locais é uma distorção da ordem do Novo Testamento.
- A autoridade deve ser espiritual, não administrativa. Autoridade na igreja só é legítima se for baseada na vida e ministério espiritual verdadeiro, nunca em cargos ou títulos. A autoridade que vem de uma posição não é a autoridade espiritual. Quando um irmão exerce autoridade baseado em seu cargo, ele pode estar operando fora do Espírito.
- Se a obra de Deus se tornar uma instituição com ordens verticais de comando, deixamos de ser orgânicos e nos tornamos como Babilônia.
- A centralização é uma traição ao Corpo. A centralização do ministério destrói o princípio do Corpo de Cristo e fere a autonomia das igrejas locais. Toda centralização administrativa anula o funcionamento do Corpo. Quando o ministério tenta controlar as igrejas locais por meio de estruturas, está trabalhando contra o Espírito.
- O ministério é um serviço, não um governo. Ministério é servir a Palavra e suprir vida, não assumir o controle de igrejas ou irmãos. Somos ministros da nova aliança, servos do povo de Deus. Não fomos colocados para governar, mas para suprir.
- Ministério é dispensar aos outros o Cristo que foi forjado em nós por meio de sofrimentos, pressões consumidoras e o matar da cruz.
- Excluir ou calar aqueles que amam o Senhor, apenas porque não concordam com tudo, é uma forma sutil de perseguição espiritual.
É preciso reconhecer que muitos cooperadores microrregionais foram instituídos por utilidade ao projeto de poder, “comprados” com títulos para garantir adesão, executando decisões que dividiam igrejas e silenciavam resistências. Esse tipo de manipulação fere o Corpo de Cristo.
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