A Reação Inicial e Reveladora de Dong Yu Lan e Seus Cooperadores

Como dito na seção anterior, a carta publicada em 4 de abril de 2009 por cooperadores da restauração do Senhor, não teve como objetivo excluir, mas alertar os santos e as igrejas quanto aos desvios doutrinários e práticos presentes no ministério de Dong Yu Lan. No entanto, a reação de Dong Yu Lan e seus cooperadores foi imediata — e profundamente reveladora.

1. A resposta não foi comunhão, mas resistência estratégica

Logo após a publicação da carta, ao invés de abrirem espaço para exame, arrependimento ou diálogo, Dong Yu Lan e seus principais cooperadores reagiram com ofensiva, ministrando palavra em reuniões especiais, conferências e mensagens públicas com o objetivo de:


A maioria dos santos no Brasil e na América do Sul não leu a carta, resultando em desinformação, isolamento e divisão.

Um marco icônico dessa reação foi a Conferência de Jovens na Estância Árvore da Vida, em julho de 2009, quando foi realizada uma reunião especial com esse fim. Quatro cooperadores de destaque — Miguel Má, Helcio Almeida, Solomon Má e Ezra Má — conduziram esse esforço de reação, que se estendeu amplamente, pela atuação de todos os cooperadores de Dong Yu Lan, por todo o território de sua obra.

2. A manipulação e o medo substituíram o discernimento

Com estratégias bem coordenadas, os santos e igrejas foram fortemente desaconselhados a ler a carta. Expressões como “não toque na morte” e “não leia para não ser envenenado” se tornaram comuns nos púlpitos. Isso bloqueou a liberdade cristã de julgamento e obscureceu a verdade.

Ao invés de estimular a busca da comunhão e da luz do Espírito, a liderança construiu uma barreira de medo, que perdura até hoje em muitas localidades e irmãos.

A maioria dos santos no Brasil e na América do Sul nunca leu a carta com os próprios olhos.

3. O foco foi desviado para a pessoa e a obra de Dong Yu Lan

Logo em seguida, a liderança começou a reforçar ainda mais a centralização da obra em torno da pessoa de Dong Yu Lan, apresentando-o como “o apóstolo” do momento atual. A igreja deixou de ser o foco, e passou-se a construir a lealdade dos crentes em torno de um ministério exclusivo, apresentado como superior e ulterior.

A expressão “o Senhor avançou” passou a ser usada repetidamente para deslegitimar todo ensinamento anterior que não estivesse em consonância com o novo falar do ministério de Dong Yu Lan. Muitos passaram a crer que aquilo que haviam aprendido antes — incluindo fundamentos do ministério de Watchman Nee e Witness Lee — era agora "comida velha" ou "andar de carroça".

4. Resultado: desinformação, divisão e sectarismo

O que deveria ser uma carta de advertência para preservar a unidade, foi transformado, por manipulação, em instrumento de divisão institucionalizada. Irmãos passaram a ser divididos entre “os fiéis ao apóstolo Dong” e “os que estavam com os norte-americanos”. A comunhão global foi rompida em nome da proteção de um ministério.

Assim, a unidade do Corpo foi sacrificada por narrativas distorcidas e lideranças que agiram com espírito de controle em favor da imagem e do controle de uma obra e de um homem.

Reflexão

A pergunta que permanece é: por que a carta foi temida a esse ponto? Por que tanto esforço foi feito para impedir que os santos a lessem por si mesmos?

O Novo Testamento nos chama à luz, à verdade e à comunhão. A Igreja pertence a Cristo — não a homens, obras ou estruturas. Por isso, qualquer ministério que precise suprimir a consciência e o julgamento espiritual dos irmãos para se manter de pé, precisa ser urgentemente examinado à luz da Palavra.

“A cabeça do corpo, da igreja, é Cristo” (Colossenses 1:18)
“Examinai tudo. Retende o que é bom.” (1 Tessalonicenses 5:21)
“Rogo-vos... que não haja entre vós divisões” (1 Coríntios 1:10)


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